terça-feira, 26 de maio de 2009

Ai vida...


(Vídeo retirado do you tube)

Ai vida que me marcaste
E me continuas a sufocar
Pelos princípios naturais
De que eu me rejo aqui
Sem viver e sem lutar
Sem alegria natural
Sem amor e algum alento
Para esta vida continuar

Ai vida que me marcaste
E me continuas a rotular
Castigando-me sem dó
Com mágoa e muita tristeza
Sem me deixar caminhar
Apenas sentindo o tom
De algo que não vou agarrar

Ai vida que me pregaste
Agarrada a esta cruz
Dolorosa e bem sofrida
De caminhar sozinha
Apesar de o não desejar
E de querer e precisar
E de te pedir alguma LUZ

Ai vida que tanto me fazes
Sofrer e mais sofrer
Que morte mais intempestiva
Aquela a que me renegaste
Dentro das minhas paredes
Que me sufocam e dilaceram
O meu peito e o meu corpo
Sem conseguir encontrar saída

Ai vida que tanto me vais
Matando lentamente
Sem nunca ter tido presente
Aquilo que me poderia dar vida!

malice em 23/Maio/2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dia da Ascenção ou Dia da Espiga

Hoje é Dia da Ascenção porque se comemora o dia em que Jesus ascendeu ao Céu, elevando-se por entre as nuvens, perante o olhar incrédulo dos apóstolos que O observavam.
Também a este dia se chama "Dia da Espiga" pois neste dia se costuma apanhar o raminho da espiga que é um pouco diferente em cada localidade, mas na sua essência reflecte a mesma ideia:


  • um malmequer branco que representa a paz

  • uma papoila que representa a alegria

  • uma espiga que representa o pão

  • um raminho de oliveira que simboliza a Luz



Na minha aldeia ainda se tem por hábito fazer algo que coloca dúvidas a muitas pessoas... comer um pão que ficou guardado numa gaveta desde o ano anterior.


Costumam dizer os mais velhinhos da minha aldeia que:



"Se os passarinhos soubessem


Que era Dia da Ascenção


Não punham o bico no ninho


Nem o pézinho no chão."


Na verdade este Dia Santo, para todos aqueles que crêem na Ascenção de Jesus ao Céu, significa muito e é um dia muito bonito, com grande significado.
Para mim, este dia é um dos mais lindos do ano, em que faço sempre questão de ir, com as minhas crianças, apanhar o raminho da espiga e o distribuir por todas as pessoas da minha escola e o enviar para as famílias dos meus alunos.
E mais uma vez lá fomos nós apanhar o nosso raminho, embora o dia tenha sido muito preenchido pois também houve o Festival da Primavera no nosso Agrupamento de Escolas... mas Dia da Espiga sem apanhar a espiga... não tem graça nenhuma.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Alguém sabe...

Em dias como hoje nem eu sei bem o que sinto, o que quero, o que desejo ou até mesmo o que me apetece.
Diria que me apetecia não ter nascido, não ter vivido, não ter crescido, não ter existido, não ter nunca sido nada.
Nada… é mesmo isso que eu me sinto… nada… ninguém…
Sei que não me deveria sentir assim, mas que posso eu fazer se… é mesmo assim que me sinto, que estou, que penso ser… NADA… NINGUÉM…
O meu coração parece ter morrido para a vida, o meu corpo para a vida morreu e eu… para a vida deixei de existir.
É mau?!... claro que é, mas é muito pior viver a sofrer por algo que nunca irá acontecer!
Então para quê sonhar… quando os sonhos são vãos
Para quê desejar… quando os desejos deixaram de fazer parte da vida
Para quê viver… quando a vida é um conjunto de ciladas?

Duas horas depois… alguém sabe onde se pode encontrar um pouco de amor verdadeiro?... sem ser aquele que eu tenho no meu coração?!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Acho que...



De repente, voltei a sentir-me em baixo, talvez causado pelas últimas preocupações e angústias.
Verdade, verdadinha, que os últimos dias não têm sido lá muito agradáveis a todos os níveis, mas também eu achava que já começava a estar vacinada contra grandes coisas… afinal… penso que achei mal… que ainda há muita coisa que me magoa muito e me “deita abaixo”.
Estou triste, muito triste, por dentro, embora poucas pessoas se apercebam desse facto.
Acho que, com os anos e o sofrimento e a mágoa, comecei a viver melhor as minhas dores, as minhas saudades, as minhas ânsias, os meus desaires, os meus conflitos interiores e exteriores, os meus devaneios, os meus sonhos, etc.
Hoje, penso e sinto que estou mais madura mas também mais sofrida;
Mais resoluta mas também mais magoada;
Mais ciente, mas também mais crente;
Mais pé no chão, mas com vontade de voar;
Mais compreensiva, mas também mais passiva;
Mais mão estendida, mas também mais introspectiva;
Mais verdadeira, mas também mais comedida;
Mais harmoniosa, mas também mais ciosa.

Pois é, a vida ensinou-me que:
Se eu quiser amor, devo acreditar nele;
Se eu quiser estar bem, devo fazer por o merecer;
Se eu quiser ter uma mão estendida, tenho de ser a primeira a estendê-la;
Se eu quiser ser compreendida, tenho de ser a primeira a compreender.

Mesmo que eu me esqueça disto por segundos, minutos, alguns momentos… logo depois tomo o “norte”, arrepiando caminho e…
Se tiver de pedir desculpa… eu peço;
Se tiver de assumir um erro… eu assumo;
Se tiver de admitir o meu sonho… eu admito;
Se tiver de sentir dor… eu sinto;

Mas…
Se tiver de gritar ao mundo que não menti… eu grito;
Se tiver de dizer que não fui eu… eu digo;
Se tiver de admitir a minha dor… eu admito;
Se tiver de viver o amor… eu vivo.

Porque viver sem sentido, sem dor, sem alegria, sem amor… juro que não tem sabor… e isso eu sei bem o que é... e a amargura que traz e a dor que se sente.

sábado, 9 de maio de 2009

28 anitos!

Pois é… hoje faria, exactamente, 28 aninhos!
Como já vai distante esse dia, esse tempo… como vai!!!
Mas como não tinha de se viver este dia em comum, vivo-o da mesma maneira sozinha, recordando-o e lembrando o quanto fui feliz nesse dia… porque o fui… embora o que viria a seguir não o tivesse sido, mas neste dia, 9 de Maio de 1981, eu estive e fui imensamente feliz!
Nos meus ternos e curtos 19 aninhos de vida, algo sofrida e magoada, aquele dia representava a libertação, uma vida de amor, de felicidade, de carinho, de ternura, de paixão, de muita cumplicidade e companhia… mas estava muito enganada.
Hoje e, estando já à distancia de uma vida, posso dizer que foi um engano, uma precipitação, embora também tenha de reconhecer, de que foi também e muito, o culminar de um grande amor contrariado mas persistente, onde nunca faltaram as guerras de famílias, as censuras dos vizinhos e “amigos”, os conflitos em casa e as más vontades… mas que sempre, sempre, resistiu a tudo isso. No entanto, pouco depois, logo desapareceu!!!
Talvez pela infantilidade dos dois, pela intranquilidade em que vivíamos, pela imaturidade de ambos… tanta coisa que pode ter acontecido!
De uma coisa, hoje, eu posso sentir-me orgulhosa… de dois meninos, lindos, que nasceram deste amor tão mal vivido.
Eles são sim, a única réstia desse amor que passados quase 13 anos veio a ter um desfecho… não o que desejaríamos, mas o possível no momento.
Ambos seguimos direcções diferentes, ambos criámos novas famílias, ambos passámos a ter vidas bem separadas (nem os nossos filhos nos uniram mais!), mas, acho que cada um seguiu o caminho que tinha vindo cá cumprir.
Já não restam mágoas, dor, ressentimento, nem qualquer tipo de sentimento… nem amizade… apenas eu sinto um carinho especial por alguém que, durante alguns dias, meses, horas, me fez sentir a mulher mais feliz do mundo.
Agradecer-lhe-ei, eternamente, por isso.
Se, por qualquer motivo, as nossas vidas levarem novo abanão, espero, sinceramente, que nos venhamos a tornar, de novo, amigos… por aqueles que nos amam de igual modo e para sua grande alegria. Embora, não saiba bem se esse é o seu desejo!
Pois é… esta vida dá… muitas voltas, e quando nós pensamos que estamos de pedra e cal, vem a vida e, prega-nos uma rasteira!

E… com tudo isto, já passaram 28 anos desde aquele dia chuvoso de quase Inverno, em que nem uma foto foi possível tirar ao ar livre, e em que eu achava ter iniciado aquela vida que me levaria até aos meus últimos suspiros!
Grande partida da vida?!!!… ou deverei dizer… Grande partida que pregámos nós à vida?!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

DESILUSÃO!

Começo a sentir-me tão desiludida, tão frustrada, tão desanimada com tudo.
É certo que tenho feito um esforço continuado para parecer estar bem, mas começa a ser um peso muito duro de carregar!
Começa a ser muito pesado e difícil de aguentar!
Começo a dar sinais de cansaço, de desânimo, de desilusão, de quase desistência!
Juro que não queria desistir, mas está a ser muito duro de carregar... sozinhaaaaaaaaa!
Já começa a doer muito e, nas horas em que fico sozinha, ainda mais dói... se dói!
Por momentos a minha mente vagueia, quase sem eu dar por isso, e instantaneamente, aparece aquela dor no coração que dói, aperta, corta a respiração e quase já não deixa que as lágrimas caiam. Pelo menos se caíssem, sempre poderia aliviar um pouquinho, ou pelo menos, deixar sair um pouco desta dor!... Mas não, não sai e a dor, aumenta cada vez mais e mais.



Há que a aceitar, mas que dói muito, dói e, por momentos, quase fico sem respirar pelo aperto de coração que tenho; mas há que seguir em frente... se há!!!
Queria tanto que tudo não passasse de um pesadelo, de um sonho mau, de algo que, ao acordar, pudesse dizer:"Que horror!!!... Afinal foi tudo um sonho horrível!"


MAS, INFELIZMENTE, NÃO É, NÃO FOI E, PROVAVELMENTE, NUNCA SERÁ!!!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

SAUDADE E SONHO


Saudade
Saudade de ti
Saudade do teu olhar
Saudade de te ver
Saudade de te escutar
Saudade, saudade, saudade

Como eu tenho saudade
Do teu cheiro
Do teu odor
Do teu semblante calmo
Do teu amor
Saudade, saudade, saudade

Hei-de morrer de saudade
De ti
De tudo o que és
De tudo o que foste
De tudo o que me inspiras
E de tudo o que me deste
Saudade, saudade, saudade…



Um dia sonhei
Que contigo estava
Que a ti amava
Que contigo sonhava
E acreditava

Era a ti que via
Era a ti que falava
Era a ti que sentia
E contigo estava
Então eu olhava

Escutava
Sorria
Brincava
Por que te amava
E era a mim que tu também amavas

Sonhava, sim sonhava
Para grande tristeza minha
Quem dera tivesse sido
Uma realidade vivida
Uma fantasia realizada
Mas nunca apenas sonhada!

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