terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Outono da minha vida


Provavelmente iniciar-se-á hoje uma nova fase da minha vida, vida essa que tentarei que corra da melhor forma e se, por algum motivo, eu vier um dia a “ir abaixo” espero de imediato conseguir “levantar-me” pois a caminhada irá ser íngreme e, com certeza, de difícil acesso.

Acima de tudo gostaria poder fazê-lo de cabeça levantada e, de preferência, sem olhar muito atrás, embora reconheça a dificuldade que daí vai vir!

Ao longo de vários meses tenho tentado caminhar, mesmo, por vezes, sentindo algo a puxar-me para atrás e a dizer-me ao ouvido “Não pode ser assim… a vida não é isto!”. Mas será que não é mesmo?! Será que não tenho sido um pouco ingénua e crédula demais quando sonhava ainda com a tal felicidade que eu sentia nunca ter tido?! Será que viver não é, também, aceitar aquilo que temos e tentando usufrui-lo da melhor maneira possível?!

É certo que, principalmente enquanto somos novos, desejamos sempre mais e mais da vida, mas hoje reconheço o quanto enganada estava quando achava que alguma coisa poderia mudar!!! O quanto era ingénua, inocente e, até burra, quando acreditava ou queria acreditar que a vida, um dia, iria mudar para mim!!! Hoje reconheço que a não vivi da melhor maneira que, provavelmente, não terei feito as melhores escolhas, mas… com certeza eram aquelas que eu precisava ter vivenciado para aprender a ler nas entrelinhas da vida, nas fases ocultas da vida.

E aqui estou eu a penitenciar-me por tudo aquilo que fiz, por tudo aquilo em que acreditei e, que, como magia, se desvaneceu, se modificou em relação ao que eu ainda pretendia “viver” nesta vida.

Facto é, na verdade, que no Outono da vida (e eu sinto que já lá estou há algum tempo) se inicia uma nova era na vida do ser humano, uma fase de quase espera pelo que o tempo passe e ande, sem conflitos, sem guerras, sem grandes catástrofes humanas, físicas ou sociais, sem grandes dores, sem grandes movimentos repentinos, mas apenas passe, nos deixando aquela sensação de paz e harmonia com o mundo. Esta é a minha esperança pois que ao ter atingido quase meio século de vida é tempo de repensar e com calma tentar usufruir o pouco que se tenha semeado; e aí está: quem fez uma boa sementeira terá uma boa colheita, quem como eu se resignou a semear alguma coisa, colherá o proporcional ao semeado.

Esta é, para mim, a simples razão de “uns terem tudo e outros nada ou muito pouco”!


Sendo assim e porque eu acho ter chegado a essa fase da vida…

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